Toyota Gazoo Racing tomou a decisão correta em colocar Ogier na luta pelo título de Equipes, e Pilotos
Até poucos anos era totalmente impensável que alguém pudesse destronar o domínio dos franceses no WRC; primeiro com os nove títulos de Sebastien Loeb (2004 a 2012) que foi então sucedido pelo compatriota Sebastien Ogier (2013 a 2018, 2020, 2021).
Desde então as dua lendas vem fazendo somente temporadas parciais, e este ano Loeb sequer se dignou a participar de alguma prova. Ogier no entanto acertou com a Toyota a participação em algumas provas, e agora restando somente quatro prova para o final da temporada, foi "convencido" pela montadora japonesa em tomar parte das provas restantes (Grécia, Chile, Europa Central e Japão), para tentarem a conquista do Mundial de Equipes, onde estão 20 pontos atrás da rival coreana, a Hyundai.
Ao mesmo tempo Sebastien Ogier, tem chances de lutar pela conquista do seu nono título, já que está 27 pontos atrás do belga Thierry Neuville, que defende a Hyundai.
“Tenho que ver se terminamos a temporada, mas parece que não tenho outra opção. Não é mais minha prioridade (o título), mas veremos", declarou Ogier, antes mesmo de saber da confirmação da sua participação no Rally Acrópole (Grécia), que acontece de 5 a 8 de setembro.
A Toyota sabe que a chance de um tetracampeonato consecutivo de equipes, está muito em risco devido a instabilidade dos titulares Elfyn Evans e Takamoto Katsuta a bordo dos Toyota GR Yaris Rally1, e com isso a experiência do octacampeão é fundamental. O francês sempre fez questão de ressaltar que a busca pelo nono título não é seu objetivo, mas com a possibilidade, e a grande rivalidade que tem com Loeb, esse pode vir a ser um "combustível" a mais.
Para o belga Thierry Neuville, é mais um motivo para perder o sono. Afnal o belga já bateu na "trave" por cinco vezes, sendo em três destas (2016/ 2017/2018) perdendo o campeonato exatamente para Ogier.
Neuville esse ano derrotou Ogier na prova de abertura da temporada, o Rally de Monte-Carlo, sua única vitória no ano; ao passo que Ogier já venceu em 2024 em três oportunidades (Croácia, Portugal e Finlândia), mesmo fazendo apenas o programa parcial.
"Em 2018 lutei contra o Ogier até a última etapa, e agora mesmo com uma vantagem de 27 pontos contra ele, sei que ainda faltam quatro etapas“, comentou Neuville, já prevendo a dificuldade em fazer frente ao rival.
O belga ainda enfrenta o problema de ter de abrir as especiais no primeiro dia, já que lidera o campeonato, e o Hyundai i20 N Rally1, vez por outra mostra que não tem a mesma confiabilidade mecânica que os carros da rival japonesa.
"O fim de semana na Finlândia foi uma montanha-russa de emoções para todos, um pouco como as especiais com muitas reviravoltas. Da nossa parte, as coisas não iam muito bem, depois melhoraram, depois pioraram voltaram a piorar. Tudo estava mudando o tempo todo antes de ficarmos realmente surpresos com o que aconteceu com Elfyn e Kalle. Até agora obtivemos bons resultados e conseguimos somar muitos pontos no domingo, mesmo nas provas difíceis. Temos estado bem até agora e podemos estar satisfeitos com isso", disse o belga, focando mais no campeonato de equipes, e não querendo fazer previsões entre o campeonato de pilotos.
Thierry Neuville tem como companheiro de equipe o estoniano Ott Tänak, que ocupa o terceiro lugar na tabela com 137 pontos, e também tem chances de lutar pelo título. Isso pode acabar atrapalhando a própria equipe, caso os dois venham a entrar em rota de colisão. Tänak não é a pessoa mais fácil com quem se lidar, tanto que nos últimos anos mudou da Hyundai para Ford (M-Sport) e após somente duas temporadas, retornou para equipe coreana.
Seu único título foi com a Toyota em 2019, e logo após a conquista, brigou com a equipe, e se mudou para Hyundai.
